16.09.2007
lusa

os portugueses emitiram, em 2006, centenas de toneladas de gases que destroem a camada de ozono ao abandonarem frigoríficos, arcas congeladoras e aparelhos de ar condicionado na rua, alertou hoje a associação ambientalista quercus.
no dia internacional para a protecção da camada de ozono, a quercus anunciou que, no ano passado, portugal emitiu para a atmosfera cerca de 475 toneladas de clorofluorcarbonetos (cfc). de acordo com a associação ambientalista, só foram recuperados cerca de cinco por cento dos cfc's existentes naqueles equipamentos em fim de vida, correspondentes a 24 toneladas.
"os cfc's estão ainda presentes nos equipamentos mais antigos, pelo que a sua não remoção/tratamento faz com que sejam libertados para a atmosfera, com consequências graves para a destruição da camada de ozono", afirma a quercus em comunicado.
contactado pela lusa, o presidente da quercus, hélder spínola, afirmou que o procedimento correcto para as pessoas que têm frigoríficos, arcas congeladoras ou aparelhos de ar condicionado em fim de vida é entregá-los nas lojas ou no sistema de recolha das câmaras municipais. "as lojas são obrigadas a receber os aparelhos em fim de vida quando vendem um novo e as câmaras municipais têm um dia específico para a recolha de resíduos volumosos. em ambos os casos, os equipamentos são enviados depois para as entidades gestoras de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos", explicou.
contudo, hélder spínola ressalvou que acontece, por vezes, que "empresas ou técnicos menos escrupulosos removem os gazes para aproveitar determinados componentes, como compressores, e depois os cfc's perdem-se antes de chegarem à empresa responsável pelo seu tratamento e eliminação". "deve, por isso, exigir-se uma fiscalização às câmaras para que não haja interferências no caminho", defendeu.
apesar de considerar que as pessoas estão "cada vez mais sensibilizadas" para não colocarem resíduos no meio ambiente, o presidente da quercus tem a esperança que as campanhas de sensibilização em vigor desde agosto passado contribuam para uma maior colaboração dos portugueses.
"há dois anos, foram recuperados 1,5 por cento dos cfc's, em 2006 o número foi maior (cinco por cento) e em 2007 será certamente ainda maior", disse o ambientalista, que ressalvou que o que está em questão são apenas equipamentos antigos e em fim de vida, porque os actuais foram equipados com outros gases, que não destroem a camada de ozono.
"é importante que o trabalho se faça bem porque é neste momento que podemos evitar a libertação de gases que têm consequências gravíssimas para a camada de ozono", afirmou.
de acordo com a quercus, só foi recuperado o equivalente a 24 toneladas de cfc's em equipamentos em fim de vida
in:
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1305045
