Faltam leis para proteger biodiversidade

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Tó Miguel
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Faltam leis para proteger biodiversidade

Mensagem por Tó Miguel »

organizações internacionais apelam a mais legislação para actividade empresarial

duas organizações internacionais de defesa da biodiversidade apelaram, hoje, aos governos para criarem legislação que obrigue as empresas a contribuírem para a melhoria dos ecossistemas que as suas actividades afectam.
nos últimos dois dias, lisboa recebeu centenas de empresários que participaram na iniciativa "negócios e biodiversidade", que visa convencer as empresas a aderirem a um sistema voluntário em que cumpram determinados critérios para melhorar a biodiversidade.

joshua bishop, da união internacional da conservação da natureza (iucn), classificou estas iniciativas como "um bom começo", mas considerou que o carácter voluntário de adesão das empresas "não será suficiente".

"o estado tem um papel a desempenhar na definição de regras claras para o contributo que as empresas devem dar para promover a biodiversidade, como forma de compensação para os efeitos negativos que as suas actividades causam", declarou, em entrevista à agência lusa.

nas parcerias "business & biodiversity" espera-se que as empresas invistam na manutenção da biodiversidade, mas não há sistemas de incentivos ou compensações fiscais.

em troca, as empresas podem usar o seu investimento ambiental em marketing e comunicação para que os consumidores e fornecedores se apercebam deste esforço em prol da biodiversidade.

reclamando a criação de legislação nacional ou internacional para esta questão, joshua bishop lembrou que o actual mercado de carbono (em que as empresas da união europeia são obrigadas a comprar carbono para compensar as suas emissões excedentes) começou igualmente com iniciativas voluntárias.

também james griffiths, do conselho empresarial para o desenvolvimento sustentável, julga ser preciso uma combinação entre os dois sistemas: "é necessária uma junção entre as iniciativas voluntárias e uma regulação clara do mercado".

estas duas organizações internacionais têm em fase final um inventário dos potenciais negócios de biodiversidade e apontam actividades como o turismo de natureza como exemplo de que há empresas do sector privado a depender directamente de ecossistemas bem conservados.

é possível medir investimento

quanto à forma de contabilização do investimento feito por uma empresa na preservação do ecossistema, os dois responsáveis garantem existir mecanismos baseados em critérios científicos.

"é possível fazê-lo, apesar de não ser fácil. mas pode medir-se a área e a qualidade ecológica de determinada zona específica e calcular o seu valor em termos de vegetação, espécies existentes ou qualidade da água", explicou.

a iucn apresentou como bom exemplo o caso da multinacional de extracção mineira rio tinto, sedeada em londres, que faz com frequência uma avaliação da fauna e flora junto das suas minas, para poder compensar depois os impactos negativos da sua actividade, nomeadamente através de reflorestação.

a iniciativa "negócios e biodiversidade" teve até agora a adesão de 30 empresas portuguesas, sendo apenas uma delas pública - a refer, gestora da rede ferroviária.

o ministério do ambiente, que pretende ter a adesão de mais 30 entidades nacionais, estima que cada uma das empresas portuguesas envolvidas nestas parcerias invista cerca de 500 mil euros por ano.

com lusa

http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida ... sidade.htm

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