UM coordena projecto de conversão de recursos naturais

[Tó Miguel]

um coordena projecto de conversão de recursos naturais

o grupo de investigação 3b´s da universidade do minho (um) coordena o projecto luso-galaico proteus para a conversão de recursos naturais e resíduos marinhos em produtos de valor acrescentado para aplicação industrial, disse hoje à lusa fonte universitária.
o investigador rui reis adiantou que «se pretende valorizar recursos marinhos para aplicação nas indústrias biomédica, química e alimentar, garantindo a sustentabilidade económica de sectores associados no âmbito das pescas e do mar».

o projecto, iniciado em janeiro de 2008 e com duração de dois anos, tem financiamento de 1,4 milhões de euros do feder - fundo europeu de desenvolvimento regional, através do programa interreg iii a.

é liderado pelo grupo de investigação 3b's do pólo de braga da um, sendo o consórcio composto pelo departamento de física aplicada da universidade de vigo, centro interdisciplinar de investigação marinha e ambiental da universidade do porto e centro tecnológico del mar - fundación cetmar, de vigo, espanha.

o grupo 3b's- biomateriais, materiais biodegradáveis e biomiméticos é responsável, entre outras actividades, pela vinda em 2008 para o avepark, em guimarães, do instituto europeu de medicina regenerativa.

rui reis sublinha que «o sector tem grande importância social no noroeste peninsular através da exploração inovadora do potencial biotecnológico dos recursos e resíduos marinhos».

o proteus - adiantou - incentivará, a prazo, a criação de empresas de elevada especialização tecnológica, melhorando a oferta de emprego qualificado nas regiões do norte de portugal e galiza.

acrescentou que «interage entre pesquisa fundamental e desenvolvimento tecnológico aplicado, desenvolvendo produtos inovadores, em especial para os sectores químico, farmacêutico e biomédico».

«o projecto aposta no sector biomédico, que possui uma expressão económica reduzida no noroeste peninsular, muito embora os grupos de investigação (um e universidade de vigo) possuam já competências susceptíveis de serem transferidos para o mercado sobre a forma de novos produtos tecnológicos», observou.

a investigação em curso - prosseguiu - pretende criar produtos a partir da valorização de recursos biológicos marinhos (como algas, crustáceos, bivalves, e outros) e de resíduos industriais resultantes do processamento alimentar de peixe e marisco.

entre os seus resultados potenciais incluem-se «o desenvolvimento de novos polímeros biodegradáveis para aplicações biomédicas, como suportes para engenharia de tecidos humanos e partículas para libertação controlada de fármacos».

envolve também novas formulações baseadas em polímeros naturais e de princípios activos para aplicação farmacêutica e novas resinas para aplicação no sector químico em revestimentos, adesivos e espessantes.

«mais do que explorar o manancial disponível de recursos, o proteus ambiciona revolucionar a forma, eficiência, sustentabilidade e impacto da sua correcta exploração», sublinhou o investigador.

segundo rui reis, na odisseia de homero, proteus é mencionado como uma profética divindade dos mares que possui uma capacidade inata de mudar de forma.

diário digital / lusa

20-11-2007 11:58:0