GREVE DA FUNÇÃO PUBLICA
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GREVE DA FUNÇÃO PUBLICA
caros confrades
dêm a vossa opinião a mais uma greve da função pública.
quem me dera ser funcionário público
palavras para quê...
abraço.
dêm a vossa opinião a mais uma greve da função pública.
quem me dera ser funcionário público
palavras para quê...
abraço.
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sou funcionário público a contracto com termo certo.
não embarco nestas greves pois o dinheirinho faz-me falta, e penso que as greves da maneira que são feitas não nos levam a lado nenhum e apenas servem para o governo fazer umas almoçaradas valentes com o dinheiro que poupam nesse dia.
eu também ataco os funcionários públicos que prejudicam o sistema, e para começar é logo "lá por cima".
não embarco nestas greves pois o dinheirinho faz-me falta, e penso que as greves da maneira que são feitas não nos levam a lado nenhum e apenas servem para o governo fazer umas almoçaradas valentes com o dinheiro que poupam nesse dia.
eu também ataco os funcionários públicos que prejudicam o sistema, e para começar é logo "lá por cima".
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existe greve nos privados.jmal Escreveu:hey, só pra clarificar uma cena, greve é sempre na função pública, não existe greve nos privados.
concordo plenamente! por isso não faço greve. acho que as greves só servem mesmo para o pessoal tirar um dia de ferias e fazer um fim de semana prolongado.erbium Escreveu:como é que a função publica quer credibilidade nas greves se estas calham sempre à 6ª-feira ou à 2ª?!
para mim nem para fim-de-semana prolongado serviria, uma vez que trabalho aos sábados e domingos! (sim também há turnos na função pública).
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vou contar uma história exemplar:
na quinta-feira da semana passada desloquei-me a uma empresa representante de uma marca sonante de impressoras, a fim de adquirir um cartucho de toner para a minha máquina.
claro que não tinham o dito cujo, porque agora as empresas não podem ter capital empatado em peças e consumíveis. prontificaram-se a mandar vir a mercadoria de lisboa e que podia estar descansado que no dia seguinte já teriam o material e que até o iam enviar para minha casa por correio expresso sem cobrar mais. fixe.
escusado será dizer que ainda não tenho a mercadoria e há pouco telefonei para lá, já que ninguém mais me tinha dito nada. depois de o telefonema ter viajado por 3 ou 4 pessoas, lá me disseram que iam ver o que se estava a passar. e ficámos por aqui.
claro que todos nós temos histórias destas para contar, mas perdoamos porque é o santo sector privado. já quanto ao estado é outra conversa, e quando toca a bater no funcionário público então nem se fala. há muita gente a precisar de comprar espelhos lá para casa....
enquanto trabalhador do estado não tenho qualquer problema em trabalhar para outro patrão, acho que aqueles que estão no privado porque não conseguiram ser funcionários públicos não têm qualquer tipo de moralidade para os criticar. aquilo que sou devo-o ao meu trabalho, dedicação e ajuda dos meus pais. tive de lutar muito contra o tal estado que vos incomoda e continuo a lutar hoje. não recebo qualquer tipo de subsídio do dito cujo, nem para gasóleo, nem para deslocação, nem porque as minhas colheitas não foram boas, nem me posso candidatar a fundos da ue, nem posso aldrabar a contabilidade para fugir aos impostos, nem posso deduzir o iva. portanto, só posso dizer, que faço greve e com muito orgulho.
quanto às greves é sempre mau saber saber que as pessoas não as fazem por opção mas porque temem represálias e porque têm um vínculo laboral muito precário...isso não é novidade mas também não é justificação.
quanto à questão da educação, é bom que quando se abre um tópico se faça com uma atitude séria. se à partida se começa logo no gozo....onde está a educação?
na quinta-feira da semana passada desloquei-me a uma empresa representante de uma marca sonante de impressoras, a fim de adquirir um cartucho de toner para a minha máquina.
claro que não tinham o dito cujo, porque agora as empresas não podem ter capital empatado em peças e consumíveis. prontificaram-se a mandar vir a mercadoria de lisboa e que podia estar descansado que no dia seguinte já teriam o material e que até o iam enviar para minha casa por correio expresso sem cobrar mais. fixe.
escusado será dizer que ainda não tenho a mercadoria e há pouco telefonei para lá, já que ninguém mais me tinha dito nada. depois de o telefonema ter viajado por 3 ou 4 pessoas, lá me disseram que iam ver o que se estava a passar. e ficámos por aqui.
claro que todos nós temos histórias destas para contar, mas perdoamos porque é o santo sector privado. já quanto ao estado é outra conversa, e quando toca a bater no funcionário público então nem se fala. há muita gente a precisar de comprar espelhos lá para casa....
enquanto trabalhador do estado não tenho qualquer problema em trabalhar para outro patrão, acho que aqueles que estão no privado porque não conseguiram ser funcionários públicos não têm qualquer tipo de moralidade para os criticar. aquilo que sou devo-o ao meu trabalho, dedicação e ajuda dos meus pais. tive de lutar muito contra o tal estado que vos incomoda e continuo a lutar hoje. não recebo qualquer tipo de subsídio do dito cujo, nem para gasóleo, nem para deslocação, nem porque as minhas colheitas não foram boas, nem me posso candidatar a fundos da ue, nem posso aldrabar a contabilidade para fugir aos impostos, nem posso deduzir o iva. portanto, só posso dizer, que faço greve e com muito orgulho.
quanto às greves é sempre mau saber saber que as pessoas não as fazem por opção mas porque temem represálias e porque têm um vínculo laboral muito precário...isso não é novidade mas também não é justificação.
quanto à questão da educação, é bom que quando se abre um tópico se faça com uma atitude séria. se à partida se começa logo no gozo....onde está a educação?
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dizer que os funcionários públicos são isto ou aquilo, é cometer o mesmo erro do que dizer que todos os pretos são isto ou aquilo, todos os brasileiros são isto ou aquilo, ou os moldavos, croatas, ucranianos, chineses etc. é praticamente racismo ou xenofobia.
existem bons e maus funcionarios, tanto no sector público como no privado. claro está que no privado, os maus funcionários são mais apertados pelo empregador do que no público. mas essa situação está (devagarinho, mas está) a mudar.
interessa também referir que tanto no privado como no público existem excelentes profissionais que fazem o seu trabalho com todo o brio e profissionalismo que seria esperado. existe boa gente no privado, no público, no brasil e em africa. claro que também existem os maus! é a esses que temos de apontar o dedo.
agora poderá ser que sejam esses maus a marcar greves para 6ªs e 2ªs, acredito que sim!
tal como nos privados, eu também não tenho nenhum vinculo no público e sofro as mesmas "represálias" (como disse o orbis) que os do privado sofrem. aliás já estive nos dois lados e não vejo diferença nenhuma. não existe trabalho efectivo nos dois lados e anda tudo a contractos.
abusos? claro que há! no público? muito mais que no privado!
agora interessa apontar o dedo a casos especificos, e não meter tudo no mesmo saco.
existem bons e maus funcionarios, tanto no sector público como no privado. claro está que no privado, os maus funcionários são mais apertados pelo empregador do que no público. mas essa situação está (devagarinho, mas está) a mudar.
interessa também referir que tanto no privado como no público existem excelentes profissionais que fazem o seu trabalho com todo o brio e profissionalismo que seria esperado. existe boa gente no privado, no público, no brasil e em africa. claro que também existem os maus! é a esses que temos de apontar o dedo.
agora poderá ser que sejam esses maus a marcar greves para 6ªs e 2ªs, acredito que sim!
tal como nos privados, eu também não tenho nenhum vinculo no público e sofro as mesmas "represálias" (como disse o orbis) que os do privado sofrem. aliás já estive nos dois lados e não vejo diferença nenhuma. não existe trabalho efectivo nos dois lados e anda tudo a contractos.
abusos? claro que há! no público? muito mais que no privado!
agora interessa apontar o dedo a casos especificos, e não meter tudo no mesmo saco.
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gostei muito do que falas-te sobre o assunto, eu trabalho para o privado não por não conseguir estar no público, mas sim porque no privado se aprende muito mais e existem muitas mais oportunidades na minha área.
quanto aos maus funcionários no privado, eu considero não existirem, porque se existem é só até o contracto acabar.
quanto aos maus funcionários no privado, eu considero não existirem, porque se existem é só até o contracto acabar.
pois, é aqui que está o problema, no público aponta-se a quem..., no privado aponta-se o dedo, o chefe, fala com chefe, e em 2 horas o problema tá na rua. no público nem quero imaginar.claro que também existem os maus! é a esses que temos de apontar o dedo.
diferença- no privado tens de ser bom para seres vinculado, no público tens de ser bom no factor "c".tal como nos privados, eu também não tenho nenhum vinculo no público e sofro as mesmas "represálias" (como disse o orbis) que os do privado sofrem. aliás já estive nos dois lados e não vejo diferença nenhuma. não existe trabalho efectivo nos dois lados e anda tudo a contractos.
mais que no privado, porquê ?abusos? claro que há! no público? muito mais que no privado!
a diferença é que uma empresa privada se não funcionar bem, fecha as portas, e no público se não funcionar bem, faz greve e nunca ninguem aponta o dedo a ninguém.agora interessa apontar o dedo a casos especificos, e não meter tudo no mesmo saco.
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concordo com as palavras do fry, jmal, mnunespt e erbium.
neste país quase toda gente, que ganha a vida a trabalhar, está passar mau bocado e apertar cintos, mas os senhores da função pública fazem greve manifestamente egoísta, porque eles acham que o apertar do sinto é só para os outros. dizem que perderam, nos últimos 9 anos 10% do seu poder de compra. quanto perderam os outros que não estão na função pública e não tem os mesmos privilégios? eu, nos últimos 3 anos perdi 50% do meu poder de compra. faço greve por causa disso? não, tenho de trabalhar mais e diversificar, procurar novas actividades, inovar, etc.... como qualquer outro quem quer chegar a algum lado.
concordo plenamente que há bons e maus funcionários públicos e falta vontade e meios legais para pô-los na rua. por isso continuam comer do pão dos outros, sem nada produzir. mas ninguém quer denunciar, apontar dedo. por isso tem de aceitar a imagem que tem e aceitar que sobra menos para eles, já que o bolo tem de ser dividido em mais fatias.
tenho bastante amigos que são funcionários públicos, a maioria deles não fez greve porque não concordam com este método de pressão. aprecio essa atitude sobretudo nos professores que não deixaram seus alunos sem aulas.....
orbis, na tua escola, quantos professores faltam diariamente, quantas aulas ficam por dar, todos os anos? vejo isso nas escolas dos meus filhos, é uma vergonha. é por isso que não concordo com esta nem outra greve.
a função pública está financiada dos nossos impostos. eu contribuo para ordenados destes funcionários, por isso tenho direito de exigir que façam bem o seu trabalho. nós, os não funcionários públicos, não existimos só para sermos espremidos sem recebermos o valor equivalente em troca.
até parecem filhos mimados que só sabem exigir e querem sempre mais.....
....estejam à vontade.....
neste país quase toda gente, que ganha a vida a trabalhar, está passar mau bocado e apertar cintos, mas os senhores da função pública fazem greve manifestamente egoísta, porque eles acham que o apertar do sinto é só para os outros. dizem que perderam, nos últimos 9 anos 10% do seu poder de compra. quanto perderam os outros que não estão na função pública e não tem os mesmos privilégios? eu, nos últimos 3 anos perdi 50% do meu poder de compra. faço greve por causa disso? não, tenho de trabalhar mais e diversificar, procurar novas actividades, inovar, etc.... como qualquer outro quem quer chegar a algum lado.
concordo plenamente que há bons e maus funcionários públicos e falta vontade e meios legais para pô-los na rua. por isso continuam comer do pão dos outros, sem nada produzir. mas ninguém quer denunciar, apontar dedo. por isso tem de aceitar a imagem que tem e aceitar que sobra menos para eles, já que o bolo tem de ser dividido em mais fatias.
tenho bastante amigos que são funcionários públicos, a maioria deles não fez greve porque não concordam com este método de pressão. aprecio essa atitude sobretudo nos professores que não deixaram seus alunos sem aulas.....
orbis, na tua escola, quantos professores faltam diariamente, quantas aulas ficam por dar, todos os anos? vejo isso nas escolas dos meus filhos, é uma vergonha. é por isso que não concordo com esta nem outra greve.
a função pública está financiada dos nossos impostos. eu contribuo para ordenados destes funcionários, por isso tenho direito de exigir que façam bem o seu trabalho. nós, os não funcionários públicos, não existimos só para sermos espremidos sem recebermos o valor equivalente em troca.
até parecem filhos mimados que só sabem exigir e querem sempre mais.....
....estejam à vontade.....
Um abraço
Hynek
Associado n.º 8 da
Associação NovaEnergia.net
Hynek
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testemunho de um professor numa outra greve:
dia 18 não faço greve e sou contra a greve
as razões apresentadas pelos sindicatos para a greve do próximo dia 18 são equívocas, demagógicas, incorrectas e insultuosas para os seus associados, como tal, se estivesse/fosse professor do ensino público não faria greve, apesar de acreditar, com provas concretas, que este governo não tem ideias concertadas para a educação do nosso país e está, claramente, a assassinar uma das mais belas e importantes profissões que existem: a docência; por outro lado, como aqui já escrevi, prefere e pretende imputar-se a educar as gerações mais novas em detrimento da formação profissional em nome de números e estatísticas, já para não falar no vil metal poupado ao orçamento.
os sindicatos queixam-se que os colegas não devem substituir os professores faltosos e que não têm competência para leccionar as matérias dos seus colegas (no caso de faltar um professor de matemática e haver um de português que o substitua, por exemplo). este é um dos pontos que merece discussão, mas não se pode alegar estritamente estes motivos para sair à rua em protesto. em entrevista ao canal 1 da rtp esta noite, a ministra da educação, defendendo-se, e bem, com a ignorância de que desconhecia se os professores faltavam muito ou pouco, dentro dos limites da legalidade, declarou que competia às escolas a criação de mecanismos que permitissem ocupar os alunos no caso de faltarem professores; competiria às escolas a ocupação desses espaços lectivos (não necessariamente curriculares). esta ideia, que não é nova, diga-se, é pertinente e reveladora de avanço civilizacional, para além de considerar a escola como um espaço social de facto e não mero repositório de crianças e adolescentes.
lamentavelmente, em portugal os empertigados professores, que são doutores - mas toda a gente já isso sabe! - são contra. são contra porque não evoluíram nem pensam por si próprios, mau grado reclamarem constantemente reconhecimento da sua (superior) qualidade intelectual, agem de acordo com interesses individuais e corporativistas, não tendo ainda percebido que a escola é um local de intersecção social, política e científica (e que a educação não se restringe unicamente às matérias e à sala de aula), não apenas um local onde se lecciona das 8 às 12. ser-se professor é mais, muito mais do que mera presença na sala de aula. nunca compreendi, finalmente, porque andam todos a mando dos sindicatos e sobretudo de sindicalistas auto-denominados professores, que não leccionam há mais de duas décadas e que preferem os corredores ministeriais a estopada de leccionar.
pode e deve-se criticar a falta de meios para aplicar esta ideia, feita a pensar nos alunos, porventura os agentes mais importantes das escolas. não se pode criticar a ideia de per si, pois é falta de visão e reconhecimento que às escolas é dada oportunidade de fazer algo que marque a diferença, junto dos alunos e da comunidade em que se insere.
na minha escola, sou obrigado a avisar as minhas faltas com 48 horas de antecedência, para efeitos de substituição por outro professor. claro que posso faltar sem avisar... duas vezes, à terceira posso não ver o meu vínculo de trabalho renovado. da mesma forma, no início do ano, para além do meu horário, devo comunicar uma manhã e uma tarde para efeitos de substituição de alguém que falte; a minha ida pode passar pela mera aula a turmas minhas, pela colaboração em projectos curriculares ou mera vigilância das salas de informática ou biblioteca. claro que para poder colaborar nesses projectos devo participar mensalmente em reuniões de projecto, além de, mensalmente, também, ter reuniões nocturnas de grupo para planificar matérias e reuniões de avaliação qualitativa das turmas em que lecciono. funcionamento empresarial? absolutamente! funcionamento lectivo. tout court!
dia 18 não faço greve e sou contra a greve
as razões apresentadas pelos sindicatos para a greve do próximo dia 18 são equívocas, demagógicas, incorrectas e insultuosas para os seus associados, como tal, se estivesse/fosse professor do ensino público não faria greve, apesar de acreditar, com provas concretas, que este governo não tem ideias concertadas para a educação do nosso país e está, claramente, a assassinar uma das mais belas e importantes profissões que existem: a docência; por outro lado, como aqui já escrevi, prefere e pretende imputar-se a educar as gerações mais novas em detrimento da formação profissional em nome de números e estatísticas, já para não falar no vil metal poupado ao orçamento.
os sindicatos queixam-se que os colegas não devem substituir os professores faltosos e que não têm competência para leccionar as matérias dos seus colegas (no caso de faltar um professor de matemática e haver um de português que o substitua, por exemplo). este é um dos pontos que merece discussão, mas não se pode alegar estritamente estes motivos para sair à rua em protesto. em entrevista ao canal 1 da rtp esta noite, a ministra da educação, defendendo-se, e bem, com a ignorância de que desconhecia se os professores faltavam muito ou pouco, dentro dos limites da legalidade, declarou que competia às escolas a criação de mecanismos que permitissem ocupar os alunos no caso de faltarem professores; competiria às escolas a ocupação desses espaços lectivos (não necessariamente curriculares). esta ideia, que não é nova, diga-se, é pertinente e reveladora de avanço civilizacional, para além de considerar a escola como um espaço social de facto e não mero repositório de crianças e adolescentes.
lamentavelmente, em portugal os empertigados professores, que são doutores - mas toda a gente já isso sabe! - são contra. são contra porque não evoluíram nem pensam por si próprios, mau grado reclamarem constantemente reconhecimento da sua (superior) qualidade intelectual, agem de acordo com interesses individuais e corporativistas, não tendo ainda percebido que a escola é um local de intersecção social, política e científica (e que a educação não se restringe unicamente às matérias e à sala de aula), não apenas um local onde se lecciona das 8 às 12. ser-se professor é mais, muito mais do que mera presença na sala de aula. nunca compreendi, finalmente, porque andam todos a mando dos sindicatos e sobretudo de sindicalistas auto-denominados professores, que não leccionam há mais de duas décadas e que preferem os corredores ministeriais a estopada de leccionar.
pode e deve-se criticar a falta de meios para aplicar esta ideia, feita a pensar nos alunos, porventura os agentes mais importantes das escolas. não se pode criticar a ideia de per si, pois é falta de visão e reconhecimento que às escolas é dada oportunidade de fazer algo que marque a diferença, junto dos alunos e da comunidade em que se insere.
na minha escola, sou obrigado a avisar as minhas faltas com 48 horas de antecedência, para efeitos de substituição por outro professor. claro que posso faltar sem avisar... duas vezes, à terceira posso não ver o meu vínculo de trabalho renovado. da mesma forma, no início do ano, para além do meu horário, devo comunicar uma manhã e uma tarde para efeitos de substituição de alguém que falte; a minha ida pode passar pela mera aula a turmas minhas, pela colaboração em projectos curriculares ou mera vigilância das salas de informática ou biblioteca. claro que para poder colaborar nesses projectos devo participar mensalmente em reuniões de projecto, além de, mensalmente, também, ter reuniões nocturnas de grupo para planificar matérias e reuniões de avaliação qualitativa das turmas em que lecciono. funcionamento empresarial? absolutamente! funcionamento lectivo. tout court!
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queremos 5,8%... queremos 3,3% de aumento. quem paga? queremos lá saber disso...
só podemos dar 2,1%. 2,1%? não pode ser. vocês sobem para 5% e 3% e aí já podemos conversar. quem paga? queremos lá saber disso... além de que somos só 700.000 bons trabalhadores, diríamos mesmo exemplares trabalhadores. pode crer que, como é nosso direito, entramos e saímos sempre à hora exacta... nem menos, nem mais minuto.
demoramos algum tempo a resolver assuntos, mesmo os da treta? hábitos, caros senhores, hábitos... não se perdem de um dia para o outro. lá vai o tempo em que tínhamos um cartão que dava direito a chapeladas... ai que saudades...
agora até querem que trabalhemos e que sejamos avaliados... abaixo este governo e quem o apoiar!!! aumentos iguais e progressão na carreira iguais para todos, isso sim, isso é que é justo. quero lá saber se o meu colega é competente e raramente falta... que culpa tenho eu de ser obrigado a faltar e estar desmotivado com esta política de direita? não temos os mesmo direitos? governo para a rua, já!!!
não esqueçam, dia 30 é greve nacional (não sei porquê a nós até dá jeito, é sexta-feira), o país e os outros cidadãos que que lixem. os outros cidadãos para a rua, já!!!!
só podemos dar 2,1%. 2,1%? não pode ser. vocês sobem para 5% e 3% e aí já podemos conversar. quem paga? queremos lá saber disso... além de que somos só 700.000 bons trabalhadores, diríamos mesmo exemplares trabalhadores. pode crer que, como é nosso direito, entramos e saímos sempre à hora exacta... nem menos, nem mais minuto.
demoramos algum tempo a resolver assuntos, mesmo os da treta? hábitos, caros senhores, hábitos... não se perdem de um dia para o outro. lá vai o tempo em que tínhamos um cartão que dava direito a chapeladas... ai que saudades...
agora até querem que trabalhemos e que sejamos avaliados... abaixo este governo e quem o apoiar!!! aumentos iguais e progressão na carreira iguais para todos, isso sim, isso é que é justo. quero lá saber se o meu colega é competente e raramente falta... que culpa tenho eu de ser obrigado a faltar e estar desmotivado com esta política de direita? não temos os mesmo direitos? governo para a rua, já!!!
não esqueçam, dia 30 é greve nacional (não sei porquê a nós até dá jeito, é sexta-feira), o país e os outros cidadãos que que lixem. os outros cidadãos para a rua, já!!!!
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eu digo que neste momento estou a trabalhar no privado e tenho mais regalias e vantagens que no público.
estou a colocar o meu emprego actual (controlador de processo químico) em comparação com um emprego de tae no inem.
o vencimento base do inem era maior, mas os subsídios eram inferiores, o que no total ficava a perder no publico.
quanto aos direitos às greves. na fabrica onde trabalho tb se fazem greves, eu nunca aderi porque estou lá à pouco tempo por contrato.
quanto à instabilidade laboral no público neste momento está pior. contratos individuais de trabalho, mobilidade, etc...
estou a colocar o meu emprego actual (controlador de processo químico) em comparação com um emprego de tae no inem.
o vencimento base do inem era maior, mas os subsídios eram inferiores, o que no total ficava a perder no publico.
quanto aos direitos às greves. na fabrica onde trabalho tb se fazem greves, eu nunca aderi porque estou lá à pouco tempo por contrato.
quanto à instabilidade laboral no público neste momento está pior. contratos individuais de trabalho, mobilidade, etc...
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fry, concordo plenamente.....orbis Escreveu:muito poucos ...por acaso e trocamos as aulas uns com os outros.
o ano passado faltei 4 horas.
orbis, estás então com sorte por estares numa escola exemplar onde quase ninguém falta....
por aqui é muito pior, alguns professores quase nem dão aulas, basta ter um amigo médico.... depois sobra muito tempo para outras actividades..... várias vezes denunciámos e queixámos-nos na escola, a escola fazia o que podia, mas ninguém conseguiu pôr esse chico-esperto na linha. e a função pública, na minha opinião, abunda desses chico-espertos.
Um abraço
Hynek
Associado n.º 8 da
Associação NovaEnergia.net
Hynek
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