Europeus querem energias renováveis

[serges]

sondagens recentes mostram que a maioria dos europeus está preocupada com as mudanças climáticas e com o fornecimento de energia. pedem mais acção por parte da união europeia e dos países do g8. três quartos estimam que o preço da energia vai duplicar nos próximos dois anos, por culpa da dependência.

a euronews falou com joachim bitterlich, antigo conselheiro do governo alemão e vice-presidente do grupo veolia: "hoje em dia, o orçamento europeu para a pesquisa deve ser canalizado para os progressos no campo das energias renováveis, nomeadamente na biomassa, na energia solar, nas formas limpas de incinerar lixo... e na energia nuclear".

ao mesmo tempo que os europeus estão divididos quanto à questão nuclear, existe um consenso sobre a necessidade urgente de alternativas ao petróleo e ao gás. o eurobarómetro perguntou às pessoas qual a fonte de energia que pensam que vai ser usada daqui a trinta anos.

os europeus acreditam que, em 2037, as energias solar, eólica e nuclear vão ser as mais usadas. a dependência dos combustíveis fósseis, que hoje representam a grande fatia, vai ser menor. bitterlich concorda que existe um crescimento na procura, aliado a uma queda na oferta. por isso, quer uma política comum da união europeia neste campo, com uma autoridade que possa aumentar o controlo e a oferta.

mas isso não vai ser fácil: "quem deve supervisionar este mercado? será que as normas em vigor, no campo da concorrência, são suficientes? será que precisamos de um ou mais reguladores europeus para supervisionar em permanência este mercado? outra coisa: há uma necessidade absoluta de haver uma linha directora para os europeus, no que toca à poupança de energia", afirma.

a maioria dos europeus diz não estar preparada para pagar mais pela energia produzida a partir de fontes renováveis. búlgaros, romenos e portugueses são os mais relutantes. mesmo assim, reconhecem que a luta contra o aquecimento global passa pelas chamadas energias limpas.

bitterlich diz que a dependência das importações de energia deve crescer dos actuais 50% para os 70%, o que não é bom, uma vez que a energia é cada vez mais uma ferramenta política: "nós, na europa, vamos estar sempre dependentes das importações, de certa maneira, mas podemos diversificar as fontes, ou seja, é aí que quero chegar - temos que evitar ficar presos a uma dependência demasiado grande, relativamente a um número reduzido de empresas". a decisão de lançar uma política energética comum, à escala europeia, está agendada para março do próximo ano.

in http://www.euronews.net