Portugal despertou tarde para tributação ambiental

Para assuntos relacionados com o meio ambiente que não tenham nenhuma relação com energias.
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Tó Miguel
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Portugal despertou tarde para tributação ambiental

Mensagem por Tó Miguel »

portugal despertou tarde para tributação ambiental

alterações na tributação automóvel, a nível local e das grandes obras públicas são alguns dos aspectos que sérgio vasques, professor da faculdade de direito de lisboa, considera que devem ser considerados na tributação ambiental.


durante muitos anos, referiu o docente, durante a 9ª grande conferência do jornal água&ambiente, o sistema de tributação nacional esteve orientado para a redistribuição económica, o que fez com que houvesse «uma marginalização das questões ambientais por parte do legislador». a pouca preparação da administração pública, a fraca articulação entre os serviços, e a incipiente consciência ambiental dos contribuintes são alguns dos constrangimentos que contribuíram para esta situação, afirmou.


de qualquer modo, o direito comunitário impõe exigências que o estado português não pode contornar, nomeadamente no sector da água, resíduos e carbono. «nas águas até agora o que temos em portugal são taxas de ocupação do domínio público e de extracção de inertes, não sendo tributados a distribuição de água e a rejeição de efluentes», alertou o especialista. para alterar esta situação, foi aprovado o regime económico e financeiro da água, que fixa princípios em matéria de racionalização de recursos hídricos. com efeito, as taxas de recursos hídricos, definidas pelo diploma, procuram alargar a tributação da água a todos os sistemas susceptíveis de ter impacte no ambiente. «os valores são moderados, já que em alguns casos se está a dar o primeiro passo», analisa sérgio vasques, que acrescenta que na área dos resíduos ainda não tivemos em portugal taxas em função da orientação de comportamentos.


ao nível do carbono começa a haver algumas mudanças. «até há pouco tempo a nossa tributação automóvel era alheia a preocupações ambientais. no entanto, o legislador português avançou com a reforma, deslocando a carga fiscal do momento da compra para a circulação», lembra. de qualquer modo, nos próximos 4 a 5 anos é preciso aperfeiçoar o sistema de tributação automóvel, alertou. esta deverá dar preferência aos veículos mais amigos do ambiente. «também é preciso mecanismos que reencaminhem as empresas para a racionalização energética das suas frotas», frisa.


é também necessário pensar na tributação das grandes áreas públicas. «é verdade que estas obras geram benefícios para os particulares, mas também geram custos. a construção de acessos às auto-estradas no meio das localidades ou em frente às janelas tem grandes impactos», exemplifica o docente da faculdade de direito de lisboa. outra área importante a ter em conta é a tributação ambiental ao nível local. «muitas vezes os municípios têm estado do lado errado da barricada, levando à degradação do património», defendeu, uma situação que se justifica em parte pelo facto de muitas das suas receitas resultarem de licenciamentos de obras ou de publicidade na via pública. é por esta razão que devem ser pensadas noutras áreas de intervenção. por exemplo, pode proceder-se à rotulagem automóvel que permita aos municípios estabelecer corredores verdes ou áreas de estacionamento privilegiadas para estes veículos. «esta seria uma forma de cruzar iniciativas do poder local com o poder central», conclui.

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Tó Miguel
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Re: Portugal despertou tarde para tributação ambiental

Mensagem por Tó Miguel »

portugal despertou tarde para tributação...bem esta já o pessoal sabia, agora ambiental aqui... bom deve de estar na fase de acender cigaros no avião
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