nova petroquímica vai fabricar plástico com glicerina de soja
a nova petroquímica dará no próximo ano sua arrancada na produção de resina de plástico a partir de fontes renováveis. a empresa deve ser a primeira no mundo a fazer plástico a partir da glicerina residual do biodiesel, informou o gerente de tecnologia da companhia e um dos idealizadores da resina, pedro boscolo. com isso, substituirá matérias-primas de petróleo. a empresa desenvolveu tecnologia, e já registrou patente, da bios, família de plásticos de polipropileno (usado em embalagens e autopeças) que ganha produção industrial em 2009. com o boom na produção de biocombustíveis no país, somente este ano haverá uma oferta extra de 105 mil toneladas dessa glicerina, que seria incinerada. "encontramos uma alternativa para crescer com custos muito baixos e usando um resíduo", disse boscolo.
o biodiesel é feito de oleaginosa (soja, pinhão-manso, mamona, palma, etc.) triturada e de uma parte menor, 10% do total, de álcool (metanol). dessa soma resultam o biodiesel e a glicerina. esta última é filtrada e pode ser usada nas indústrias de cosméticos ou de fármacos. entretanto, a demanda desses setores não acolheria um residual tão elevado. a previsão da nova petroquímica - ex-suzano petroquímica comprada pela petrobras em meio a consolidação que criará a companhia petroquímica do sudeste também com a unipar - é de que até 2013 esse volume deverá ser de 250 mil toneladas levando-se em conta as metas do governo para adicionar biodiesel ao diesel comum. segundo a lei 11.097, são 2% de mistura compulsória deste ano até 2012, e 5% de 2013 em diante, um mercado estimado de 2,4 bilhões de litros de biodiesel ao ano.
a companhia, que terá uma unidade piloto já em 2009 em mauá (sp), planeja levar a produção em escala reduzida até 2011, quando pretende investir cerca de us$ 50 milhões na construção de uma fábrica para 100 mil tonelada ao ano de propeno verde (o propeno é a matéria-prima da resinas de plástico). o propeno é a matéria-prima da resina. o enriquecimento para a transformação no polipropileno será feito nas outras unidades da empresa.
"será um produto com um prêmio de preço que ainda não definimos, pois ainda não levamos ao mercado. mas há empresas no exterior e no país já demandando o plástico verde e dispostas a pagar mais por isso", disse o gerente de marketing, sinclair fittipaldi.
segundo o executivo, os ganhos em custo da resina podem ainda ser medidos, por exemplo, pela facilidade de transporte, que pode ser feito por caminhão (os gases de refinaria usados hoje pela empresa necessitam dutos) e flexibilizar as fontes de abastecimento. outra fonte de renda será o comércio de crédito de carbono que em breve devem ser contabilizados pela empresa. a oleaginosa captura carbono da atmosfera e ele permanece no plástico até sua eliminação ou então reciclagem. o polipropileno, de petróleo ou glicerina, é 100% reciclado.
a fábrica de alta escala da resina verde deve ficar em são paulo ou no rio de janeiro. "a região sudeste é onde está o maior número de usinas de biocombustível". para cada tonelada de glicerina é possível fazer meia tonelada de propeno.
no país, a dow chemical - maior química dos eua - e a braskem, maior petroquímica da américa latina, já anunciaram a produção de polietileno, outro plástico bruto tão demandado no mundo quanto o polipropileno da nova, a partir de álcool. a braskem já anunciou estar negociando um sobrepreço que pode chegar até a 50% no exterior.
royalties
para pedro boscolo, a produção de resina verde da nova petroquímica deve encontrar mercados com forte demanda na europa e japão, "porém o objetivo será o de agregar valor aos manufaturados brasileiros e exportar, por exemplo, produtos embalados em plástico verde."
os executivos da nova petroquímica ainda não têm idéia do custo desta glicerina, que será adquirida da petrobras e de usinas privadas, mas garantem que a resina será competitiva até mesmo em relação à resina de álcool. "vamos usar um residual. não precisaremos brigar por terra com outras commodites agrícolas como a cana precisa fazer hoje", disse boscolo. a companhia está há dois anos perseguindo uma alternativa à nafta de petróleo ou ao gás natural, usados tradicionalmente no mundo todo para a produção de resinas de plástico. só na pesquisa desta resina de glicerina vegetal foram aportados r$ 2 milhões, sendo que a nova petroquímica desembolsou r$ 600 mil e a financiadora de estudos e projetos (finep) o restante do investimento. a pesquisa foi feita em parceria com a universidade federal do rio de janeiro (ufrj). "parte dos royalties com a marca deve voltar para a universidade", segundo informou boscolo.
a empresa vinha projetando uma alternativa ao petróleo via a celulose da suzano papel e celulose, mas mudou os planos no final do ano passado, com a compra da então suzano petroquímica pela petrobras. na época, havia um projeto quase concluído no qual a empresa construiria uma biorrefinaria para produzir propeno verde a partir de celulose de eucalipto. "era tão competitiva quanto a resina de glicerina, pois usaríamos o residual da produção da suzano. mas com a venda abortamos o projeto."
"esta patente dá ao mercado uma idéia do potencial de crescimento de nossa empresa", disse fittipaldi.
http://www.biodieselbr.com/noticias/em- ... -03-08.htm
Nova Petroquímica vai fabricar plástico com glicerina de soj
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Re: Nova Petroquímica vai fabricar plástico com glicerina de soj
o brasil receberá, por meio das maiores empresas do setor petroquímico, mais de us$ 1,335 bilhão em investimentos destinados à pesquisa e produção de plásticos "verdes", especialmente os derivados do etanol de cana-de-açúcar e de glicerina.
o instituto socioambiental do plástico, entidade que analisa o impacto da indústria do plástico no ambiente, destacou que uma pesquisa para mudar a imagem negativa do produto diante de alguns setores da sociedade determinou que o brasil será o país a receber, nos próximos anos, um inédito investimento para plásticos "verdes".
os dados, que apontam o brasil como líder na tecnologia dos plásticos "verdes", foram recolhidos de empresas líderes do setor como braskem, dow brasil, nova petroquímica e solvay, que tentam reduzir sua dependência do nafta para a produção de resinas.
a utilização do plástico para empacotamento, em sua maioria para o setor alimentício, aumentou muito nos últimos 20 anos, mas a massificação de seu uso recebeu críticas, como, por exemplo, no que diz respeito a sua decomposição, que pode demorar até 500 anos.
o estudo destacou o grau de reciclagem do brasil, de 25%, superior ao de países industrializados como a alemanha, mas alertou sobre a falta de seleção do mesmo, tendo em vista que menos de 10% dos municípios brasileiros fazem uma coleta seletiva de lixos.
a braskem, por exemplo, obteve certidão mundial para a produção de polietileno de etanol de cana-de-açúcar, com um investimento us$ 5 milhões para seu desenvolvimento e um projeto de construção de uma nova planta, que custará us$ 150 milhões.
a nova planta permitirá a produção anual de 200 mil toneladas de polietileno a partir do final de 2009.
no caso da dow brasil, filial da matriz americana, a companhia apostará no etanol de cana-de-açúcar como matéria-prima para as resinas plásticas com a construção do primeiro pólo álcool-químico do mundo na cidade de santa vitória, em minas gerais.
o projeto, previsto para ser concluído em 2011 em parceria com a produtora sucro-alcooleira crystalsev, terá um investimento total de us$ 1 bilhão e permitirá a produção de 350 mil toneladas anuais de polietileno com o processamento de oito milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
a solvay indupa anunciou, por sua vez, us$ 135 milhões para fabricar a partir de 2010 cerca de 60 mil toneladas de resina para produzir policloreto de vinil (pvc) de etanol.
já a empresa nova petroquímica, antiga suzano petroquímica, controlada agora por braskem e petrobras, está investindo us$ 50 milhões em uma fábrica piloto para produzir polipropileno a partir de glicerina residual do biodiesel, projeto pioneiro no mundo.
http://www.biodieselbr.com/noticias/mei ... -05-08.htm
o instituto socioambiental do plástico, entidade que analisa o impacto da indústria do plástico no ambiente, destacou que uma pesquisa para mudar a imagem negativa do produto diante de alguns setores da sociedade determinou que o brasil será o país a receber, nos próximos anos, um inédito investimento para plásticos "verdes".
os dados, que apontam o brasil como líder na tecnologia dos plásticos "verdes", foram recolhidos de empresas líderes do setor como braskem, dow brasil, nova petroquímica e solvay, que tentam reduzir sua dependência do nafta para a produção de resinas.
a utilização do plástico para empacotamento, em sua maioria para o setor alimentício, aumentou muito nos últimos 20 anos, mas a massificação de seu uso recebeu críticas, como, por exemplo, no que diz respeito a sua decomposição, que pode demorar até 500 anos.
o estudo destacou o grau de reciclagem do brasil, de 25%, superior ao de países industrializados como a alemanha, mas alertou sobre a falta de seleção do mesmo, tendo em vista que menos de 10% dos municípios brasileiros fazem uma coleta seletiva de lixos.
a braskem, por exemplo, obteve certidão mundial para a produção de polietileno de etanol de cana-de-açúcar, com um investimento us$ 5 milhões para seu desenvolvimento e um projeto de construção de uma nova planta, que custará us$ 150 milhões.
a nova planta permitirá a produção anual de 200 mil toneladas de polietileno a partir do final de 2009.
no caso da dow brasil, filial da matriz americana, a companhia apostará no etanol de cana-de-açúcar como matéria-prima para as resinas plásticas com a construção do primeiro pólo álcool-químico do mundo na cidade de santa vitória, em minas gerais.
o projeto, previsto para ser concluído em 2011 em parceria com a produtora sucro-alcooleira crystalsev, terá um investimento total de us$ 1 bilhão e permitirá a produção de 350 mil toneladas anuais de polietileno com o processamento de oito milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
a solvay indupa anunciou, por sua vez, us$ 135 milhões para fabricar a partir de 2010 cerca de 60 mil toneladas de resina para produzir policloreto de vinil (pvc) de etanol.
já a empresa nova petroquímica, antiga suzano petroquímica, controlada agora por braskem e petrobras, está investindo us$ 50 milhões em uma fábrica piloto para produzir polipropileno a partir de glicerina residual do biodiesel, projeto pioneiro no mundo.
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Re: Nova Petroquímica vai fabricar plástico com glicerina de soj
teoria do se, se, se, se...
tudo enrolação. na prática, nada vai tornar-se viável.
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Re: Nova Petroquímica vai fabricar plástico com glicerina de soj
conversa de politicoluciano kaefer Escreveu:teoria do se, se, se, se...
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Re: Nova Petroquímica vai fabricar plástico com glicerina de soj
oh, yes!
marque na sua agenda e procure por essa notícia daqui à 3 anos. vai estar da mesma forma. parada.
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