Correcção sobre Eurico da Fonseca
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Autor do tópico - Membro Silver
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Correcção sobre Eurico da Fonseca
precipitadamente não li o que escrevi antes de publicar o tópico sobre o turban.
realmente, segundo sei, eurico da fonseca não teria à época licenciatura.
as minhas desculpas por ter escrito o inverso...
eurico da fonseca sempre se definiu como autodidacta, e houve tempo em que segui o ser percurso investigador no ramo das enerfias alternativas, especialmente na eólica.
interessei-me pelas suas pesquisas que tinham uma enorme componente prática, por isso real, objectiva e interessante.
conheci os geradores que ele desenvolveu, que tinham 3 pás de passo fixo e mais 3 maiores de passo variável controlado por força centrífuga. tinha um multiplicador de r.p.m. em banho de óleo, e mais outro de correias dentadas. possuia 2 alternadores, um em peramnência de funcionamento, outro que só debitava energia a partir de determinadas r.p.m.. emfim um produto bem imaginado e que lhe deveria ter dado imenso prazer construir
realmente, segundo sei, eurico da fonseca não teria à época licenciatura.
as minhas desculpas por ter escrito o inverso...
eurico da fonseca sempre se definiu como autodidacta, e houve tempo em que segui o ser percurso investigador no ramo das enerfias alternativas, especialmente na eólica.
interessei-me pelas suas pesquisas que tinham uma enorme componente prática, por isso real, objectiva e interessante.
conheci os geradores que ele desenvolveu, que tinham 3 pás de passo fixo e mais 3 maiores de passo variável controlado por força centrífuga. tinha um multiplicador de r.p.m. em banho de óleo, e mais outro de correias dentadas. possuia 2 alternadores, um em peramnência de funcionamento, outro que só debitava energia a partir de determinadas r.p.m.. emfim um produto bem imaginado e que lhe deveria ter dado imenso prazer construir
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BETENCOURT FARIA
ao ver aqui invocado o nome de eurico da fonseca não posso deixar de lembrar outro gigante do mesmo período: betencourt faria
deixo aqui o extrato retirado de: http://www.apaa.online.pt/bettencourt%20faria.pdf
bettencourt faria, apesar de ter nascido em lisboa a 13 de fevereiro de 1924, passou parte da
sua juventude na zona ocidental da ilha de são miguel, açores, numa localidade chamada ginetes, onde
o seu avô era médico. desde miúdo e no tempo em que frequentou o liceu de ponta delgada,
demonstrou interesse pela óptica astronómica e tecnologia de rádio. ainda na sua adolescência viveu
na ilha da madeira com um tio cónego, autodidacta que era um entusiasta de rádio, astronomia e
biologia marinha, passando desde então a efectuar mergulhos subaquáticos com certa regularidade e a
desenvolver os seus conhecimentos no campo da rádio e astronomia.
com 27 anos de idade, carlos mar bettencourt faria embarcou para angola, onde seis anos
depois (04/10/1956) fundou o observatório astronómico da mulemba num terreno situado nos arredores
de luanda com uma área de 10.000 metros quadrados, estando igualmente em preparação a instalação
de rádio telescópios, motivada então pela franca expansão da rádio astronomia no mundo. a associação
astronómica de angola, fundada a 08/08/64 foi considerada instituição de utilidade pública, podendo
assim usufruir de subsídios estatais e privados que foram decisivos para o desenvolvimento e
construção de infra-estruturas para a biblioteca técnica, mu seu da mulemba, estação de satélites, rádio
astronomia, estação solar e laboratório de electrónica para desenvolvimento de equipamentos, fazendo
deste complexo, um dos mais importantes do mundo, no género, dando especial relevo à cooperação
internacional no rastreio de satélites artificiais e trabalhos astronómicos no âmbito solar.
em 1976 o centro espacial da mulemba, com um património na ordem dos 200 mil contos e com
uma reputação e actividades de âmbito internacionais invejáveis, entra numa fase difícil com o advento
da independência de angola e com a consequente ordem de nacionalização desta instituição.
bettencourt faria, então com 52 anos, passou algumas semanas numa tristeza profunda. acusado de
espionagem e de ter um arsenal de armas em casa, sendo-lhe confiscadas até as potentes
espingardas de ar comprimido de caça submarina, com a sua correspondência e telefone vigiados, a
estação de rádio amador cr6 ch selada, pessoal estranho ao serviço a querer saber como tudo
funcionava, foi na tarde de domingo 4 de julho de 1976, traiçoeiramente degolado ao baixar o vidro do
carro, quando cumprimentava o “segurança” de serviço no portão principal das suas próprias
instalações.
deixo aqui o extrato retirado de: http://www.apaa.online.pt/bettencourt%20faria.pdf
bettencourt faria, apesar de ter nascido em lisboa a 13 de fevereiro de 1924, passou parte da
sua juventude na zona ocidental da ilha de são miguel, açores, numa localidade chamada ginetes, onde
o seu avô era médico. desde miúdo e no tempo em que frequentou o liceu de ponta delgada,
demonstrou interesse pela óptica astronómica e tecnologia de rádio. ainda na sua adolescência viveu
na ilha da madeira com um tio cónego, autodidacta que era um entusiasta de rádio, astronomia e
biologia marinha, passando desde então a efectuar mergulhos subaquáticos com certa regularidade e a
desenvolver os seus conhecimentos no campo da rádio e astronomia.
com 27 anos de idade, carlos mar bettencourt faria embarcou para angola, onde seis anos
depois (04/10/1956) fundou o observatório astronómico da mulemba num terreno situado nos arredores
de luanda com uma área de 10.000 metros quadrados, estando igualmente em preparação a instalação
de rádio telescópios, motivada então pela franca expansão da rádio astronomia no mundo. a associação
astronómica de angola, fundada a 08/08/64 foi considerada instituição de utilidade pública, podendo
assim usufruir de subsídios estatais e privados que foram decisivos para o desenvolvimento e
construção de infra-estruturas para a biblioteca técnica, mu seu da mulemba, estação de satélites, rádio
astronomia, estação solar e laboratório de electrónica para desenvolvimento de equipamentos, fazendo
deste complexo, um dos mais importantes do mundo, no género, dando especial relevo à cooperação
internacional no rastreio de satélites artificiais e trabalhos astronómicos no âmbito solar.
em 1976 o centro espacial da mulemba, com um património na ordem dos 200 mil contos e com
uma reputação e actividades de âmbito internacionais invejáveis, entra numa fase difícil com o advento
da independência de angola e com a consequente ordem de nacionalização desta instituição.
bettencourt faria, então com 52 anos, passou algumas semanas numa tristeza profunda. acusado de
espionagem e de ter um arsenal de armas em casa, sendo-lhe confiscadas até as potentes
espingardas de ar comprimido de caça submarina, com a sua correspondência e telefone vigiados, a
estação de rádio amador cr6 ch selada, pessoal estranho ao serviço a querer saber como tudo
funcionava, foi na tarde de domingo 4 de julho de 1976, traiçoeiramente degolado ao baixar o vidro do
carro, quando cumprimentava o “segurança” de serviço no portão principal das suas próprias
instalações.
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Autor do tópico - Membro Silver
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de facto, também é inteiramente justo recordar.
tive o prazer de conhecer betencourt faria quando estive em luanda.
primeiro, nos seus programas de rádio, salvo erro "café da noite".
posteriormente foi um conhecimento pessoal na sua casa (mais própriamente, nas suas instalações...) da mulemba, pois na minha juventude trabalhei algum tempo bem perto dali.
uma pessoa extraordinária, dedicada a diversas áreas que também me eram queridas.
uma pesonalidade aberta, sem vaidade, sempre disposto a falar do que gostava. inventivo!
arrisco dizer que seria uma das pessoas que angolanos e metropolitanos conheceriam pelo menos de nome.
pena é que não "apareçam" personalidades destas com frequência por cá...
tive o prazer de conhecer betencourt faria quando estive em luanda.
primeiro, nos seus programas de rádio, salvo erro "café da noite".
posteriormente foi um conhecimento pessoal na sua casa (mais própriamente, nas suas instalações...) da mulemba, pois na minha juventude trabalhei algum tempo bem perto dali.
uma pessoa extraordinária, dedicada a diversas áreas que também me eram queridas.
uma pesonalidade aberta, sem vaidade, sempre disposto a falar do que gostava. inventivo!
arrisco dizer que seria uma das pessoas que angolanos e metropolitanos conheceriam pelo menos de nome.
pena é que não "apareçam" personalidades destas com frequência por cá...
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- Membro Silver
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também eu gostaria de aqui prestar homenagem a esse homem extraordinário que foi betencourt faria.
conheci-o em visita de estudo efectuada na década de 60 ás suas instalações na mulemba, quando ele ainda trabalhava na então petrangol. tudo o que fazia era apenas, como ele disse, nas horas em que outros se divertiam depois do trabalho e aos fins-de-semana. não houve um aspecto em que o admirasse mais. houve muitos! não sabia se admirar mais a sua extraordinária colecção de conchas, o seu autogiro fabricado com um motor de vw, os seus ampliadores fotográficos feitos de panelas velhas, a sua enorme cultura técnica-científica-artistica (tocava piano de ouvido), a sua colaboração com a nasa que lhe fornecia (e não era a muitos em todo o mundo) elementos para o rastreio dos satélites que lançava recebendo depois os resultados, ou a sua simplicidade. pouco depois deixou o emprego e dedicou-se á sua obra tendo passado a ter na sua equipa a colaboração de matemáticos, engenheiros, e outros.
era o exemplo acabado do homem que defendi deverem ser os inventores e técnicos em http://www.novaenergia.net/forum/viewtopic.php?t=5034
após o seu assassinato, tardiamente, o governo angolano decretou luto nacional. lamentou-se na morte quem não se soube proteger em vida. foi pena! angola ficou muito mais pobre!
conheci-o em visita de estudo efectuada na década de 60 ás suas instalações na mulemba, quando ele ainda trabalhava na então petrangol. tudo o que fazia era apenas, como ele disse, nas horas em que outros se divertiam depois do trabalho e aos fins-de-semana. não houve um aspecto em que o admirasse mais. houve muitos! não sabia se admirar mais a sua extraordinária colecção de conchas, o seu autogiro fabricado com um motor de vw, os seus ampliadores fotográficos feitos de panelas velhas, a sua enorme cultura técnica-científica-artistica (tocava piano de ouvido), a sua colaboração com a nasa que lhe fornecia (e não era a muitos em todo o mundo) elementos para o rastreio dos satélites que lançava recebendo depois os resultados, ou a sua simplicidade. pouco depois deixou o emprego e dedicou-se á sua obra tendo passado a ter na sua equipa a colaboração de matemáticos, engenheiros, e outros.
era o exemplo acabado do homem que defendi deverem ser os inventores e técnicos em http://www.novaenergia.net/forum/viewtopic.php?t=5034
após o seu assassinato, tardiamente, o governo angolano decretou luto nacional. lamentou-se na morte quem não se soube proteger em vida. foi pena! angola ficou muito mais pobre!
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então, na tua opinião, o que é que não seria uma perda de tempo?tiago gomes Escreveu:desculpem a ignorancia... quem foram esses gajos e o que fizeram de util? ( citação parcialmente moderada por conter conotação racista )
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Um dia o dinheiro será substituído por Conhecimento.
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tiago gomes escreveu:
peça já ao menino jesus que o ajude rapidamente a mudar, afinal estamos na época natalicia e os milagres são possíveis!
parabéns pela educação. começa por pedir desculpa! a mentalidade e racismo subjacente na sua opinião é que são indesculpáveis... e perigosos.desculpem a ignorancia... quem foram esses gajos e o que fizeram de util? ( citação parcialmente moderada por conter conotação racista )
peça já ao menino jesus que o ajude rapidamente a mudar, afinal estamos na época natalicia e os milagres são possíveis!
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Autor do tópico - Membro Silver
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de facto njay é lamentável ler o que escreveste.
pelo que dará para perceberes minimamente é de que se trataram de pessoas ( tanto betencourt faria, como eurico da fonseca) foram pessoas úteis à comunidade, inteligentes e interessados a passar conhecimento a a outros e ambos reconhecidos internacionalmente e também por aqueles que sabiam o que eles fazima e apreciavam esse trabalho.
já vi que não serias um desses apreciadores pois pareces perder tempo com essa de ligar cultura a cor de pele... não é por essa via que alguém será útil à sociedade, e ainda menos admirável... ...pelo contrário!!!
pelo que dará para perceberes minimamente é de que se trataram de pessoas ( tanto betencourt faria, como eurico da fonseca) foram pessoas úteis à comunidade, inteligentes e interessados a passar conhecimento a a outros e ambos reconhecidos internacionalmente e também por aqueles que sabiam o que eles fazima e apreciavam esse trabalho.
já vi que não serias um desses apreciadores pois pareces perder tempo com essa de ligar cultura a cor de pele... não é por essa via que alguém será útil à sociedade, e ainda menos admirável... ...pelo contrário!!!
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Autor do tópico - Membro Silver
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amigos:
atentem para a importância do tópico e abstenham-se de referências à cor, religião, política etc, que não levam a nada.
aproveito e conto-lhes uma pequena história:
estava um avô e seu neto sentados na estrada, quando o neto ouviu o barulho de uma carroça longe.
disse o neto: vovô, vem vindo uma carroça bem longe !
respondeu o avô: e a carroça está vazia!
o neto perguntou-lhe: vovô, como sabes que a carroça está vazia
- pelo barulho, disse o avô. uma carroça vazia faz muito barulho quando anda.
talvez porisso eurico da fonseca e bettencourt faria não tenham a sua biografia tão divulgada. não faziam barulho.
sds
luciano
atentem para a importância do tópico e abstenham-se de referências à cor, religião, política etc, que não levam a nada.
aproveito e conto-lhes uma pequena história:
estava um avô e seu neto sentados na estrada, quando o neto ouviu o barulho de uma carroça longe.
disse o neto: vovô, vem vindo uma carroça bem longe !
respondeu o avô: e a carroça está vazia!
o neto perguntou-lhe: vovô, como sabes que a carroça está vazia
- pelo barulho, disse o avô. uma carroça vazia faz muito barulho quando anda.
talvez porisso eurico da fonseca e bettencourt faria não tenham a sua biografia tão divulgada. não faziam barulho.
sds
luciano
O Conhecimento, quando Compartilhado, se Multiplica.
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Respostas...
tiago
porque não procuras por ti próprio respostas.
será que numa pesquisa no google não encontrarás nada que satisfaça a tua curiosidade?
um santo natal...
porque não procuras por ti próprio respostas.
será que numa pesquisa no google não encontrarás nada que satisfaça a tua curiosidade?
um santo natal...
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Autor do tópico - Membro Silver
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reconhecer os erros é sempre uma via óptima para o aperfeiçoamento pessoal. parabens, tiago!
realmente, poderás informar-te sobre essas duas figuras que já não estãos fisicamente entre nós.
presumo seres jovem, pois senão terias escutado eurico da fonseca quando das primeiras viagens dos space shuttle (e não só...).
este, se bem recordo tinha um grau académico por merecimento.
betencourt faria, que conheci pessoalmente, por muito que eu fale dele jamais poderia "passar completamente" a imagem da pessoa que ele foi.
de técnico conhecedor em várias áreas ( ao ponto de ser colaborador reconhecido pela nasa ), e figura amável que foi sempre disposta a passar conhecimento a qualquer pessoa que solicitasse, e tinha o prazer de o fazer com a clareza necessária, e sempre com a modéstia de sábio.
acredita tiago, se tivessemos professores da craveira dele, certamente haveria um grande nível escolar.
só que aqui, é professor quem quer, não é professor quem pode!...
realmente, poderás informar-te sobre essas duas figuras que já não estãos fisicamente entre nós.
presumo seres jovem, pois senão terias escutado eurico da fonseca quando das primeiras viagens dos space shuttle (e não só...).
este, se bem recordo tinha um grau académico por merecimento.
betencourt faria, que conheci pessoalmente, por muito que eu fale dele jamais poderia "passar completamente" a imagem da pessoa que ele foi.
de técnico conhecedor em várias áreas ( ao ponto de ser colaborador reconhecido pela nasa ), e figura amável que foi sempre disposta a passar conhecimento a qualquer pessoa que solicitasse, e tinha o prazer de o fazer com a clareza necessária, e sempre com a modéstia de sábio.
acredita tiago, se tivessemos professores da craveira dele, certamente haveria um grande nível escolar.
só que aqui, é professor quem quer, não é professor quem pode!...
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Autor do tópico - Membro Silver
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uma história interessante contada pelo mário portugal, irmão de betencurt faria:
o meu fabuloso irmão por ct1dt
“sais daí vivo ou morto… escolhe?”
aquele grito de raiva de meu pai, de espingarda à cara e a apontar ao cimo daquela alta árvore, onde meu irmão se tinha aninhado como um macaco assustado, deixou-me completamente apavorado! à volta de meu pai estava a minha mãe, minha avó, meu avô e alguns criados, também todos apavorados com o que poderia acontecer daí a alguns segundos, porque a contagem de tempo se tinha iniciado já: 5….4…3….2….1…. mas aí, meu irmão, muito lentamente, começou a descer a árvore, já pensando no novo castigo por que iria passar….
mas, mal pôs os pés no solo, foi coberto pela benevolência da minha mãe que, sabendo perfeitamente que protegendo meu irmão, iria entrar em conflito com meu pai, preferiu arriscar.
meu irmão carlos, a que por graça, minha mãe tinha junto o nome de mar e, porque era de nome bettencourt e meu pai, faria, assim ficou baptizado como carlos mar bettencourt faria, tinha somente 13 anos e já meu pai exigia dele o máximo, tendo-o obrigado a fazer um desenho de máquinas que nessa época só se podia fazer à tinta da china e por profissionais.
depois de meu irmão ter estado todo o dia a tentar fazer o seu melhor, e todo vaidoso o ir mostrar a meu pai, ficou horrorizado ao ouvi-lo dizer que aquilo estava “uma porcaria”… meu irmão agarrou o desenho e rasgou-o em mil bocados, pondo-se em fuga, sem que ninguém tivesse dado por isso, menos eu, para cima duma árvore das muitas que rodeavam a casa dos ginetes, na ilha de s. miguel, e ali permaneceu algumas horas, até que foi descoberto e avisado meu pai, do perigo em que ele estava…
ainda não sei se aquela escolha do nome mar, teria tido ou não alguma influência na sua vida, mas já nessa altura ele sabia nadar e sempre viveu até à sua brutal morte em angola, junto do mar. esta procura incessante da água do mar, fez dele um exímio caçador subaquático, tanto em s. miguel, como na ilha da madeira, no continente e em angola, exercício que lhe proporcionou uma tremenda capacidade pulmonar, dado que a pesca submarina assim o exigia.
meu irmão foi sempre um apaixonado pelo extremamente pequeno ao extremamente grande, desde as análises microscópicas feitas com um microscópio por ele construído, ao exame dos corpos celestes, também com um enorme óculo astronómico por ele construído quando em angola, no seu observatório astronómico da mulemba.
o seu enorme entusiasmo pelas ciências, levou-o a colaborar intensamente com a nasa, tendo sido convidado a entrevistar astronautas, nos eua. e muitos observatórios à volta do mundo. ele, com os seus faiscantes olhos verdes, sempre procurou atingir o máximo da perfeição em tudo quanto se metia a fazer e exibia as suas habilidades ao tiro de precisão, à pintura, na electrónica, na radioastronomia, na oficina, na fotografia, na aviação, na musica…etc.
a sua imponente vivacidade e entusiasmo por aprender, acompanhou-o desde muito criança, quando se atirou dum altura de 10 metros, agarrado a um guarda-chuva, para cima dum monte de palha. com 12 anos já havia aprendido o código morse e viria a tornar-se um furioso trabalhador das comunicações via rádio em comunicações de longa distância à volta do mundo, usando a sua estação de rádio amador, com indicativos ct1ux e cr6ch.
toda a sua vida foi acompanhada de episódios de coragem e tenacidade por responder a muitos problemas que outros não tinham conseguido resolver.
ele sempre queria ficar por cima, doesse a quem doesse, o que lhe veio a acarretar certos dissabores na vida social.
ele sempre usou a sua habilidade para procurar uma vida mais digna e fez a sua vida militar em tavira, a desenhar em pormenor, as peças de imensas armas de fogo, facto por que foi muito admirado pelos seus superiores e o libertou dos violentos exercícios militares.
quando tinha 14 anos e ingressou nos escuteiros na ilha da madeira, onde já ensinava o código morse, a construção de aviominiatura, a caça, o desenho e a pintura, as radiocomunicações, um dia foi destacado para guarda de honra à última visita àquela ilha, de baden powell, o fundador do escutismo mundial, e nesse mesmo dia, abandonou desesperado, o escutismo…
ele só fazia o que lhe dava gosto, pelo que ficou muito conhecido em angola, pelos imensos programas radiofónicos em que ele colaborava em directo, do seu observatório, pelo telefone.
em 9 de julho de 1976, corre a brutal notícia de que ele havia sido assassinado à facada, no seu observatório, na mulemba, em angola, por um grupo de negros.
desde essa já remota data, amigo como eu era dele, extasiado pelo seu hipnotizador e verde olhar, vivo a recordar as centenas de histórias que com ele passei durante os primeiros anos da nossa juventude, com a certeza de que ele foi mais um “que da lei da morte se libertou” como teria dito camões.
mário portugal leça faria, ct1dt
o meu fabuloso irmão por ct1dt
“sais daí vivo ou morto… escolhe?”
aquele grito de raiva de meu pai, de espingarda à cara e a apontar ao cimo daquela alta árvore, onde meu irmão se tinha aninhado como um macaco assustado, deixou-me completamente apavorado! à volta de meu pai estava a minha mãe, minha avó, meu avô e alguns criados, também todos apavorados com o que poderia acontecer daí a alguns segundos, porque a contagem de tempo se tinha iniciado já: 5….4…3….2….1…. mas aí, meu irmão, muito lentamente, começou a descer a árvore, já pensando no novo castigo por que iria passar….
mas, mal pôs os pés no solo, foi coberto pela benevolência da minha mãe que, sabendo perfeitamente que protegendo meu irmão, iria entrar em conflito com meu pai, preferiu arriscar.
meu irmão carlos, a que por graça, minha mãe tinha junto o nome de mar e, porque era de nome bettencourt e meu pai, faria, assim ficou baptizado como carlos mar bettencourt faria, tinha somente 13 anos e já meu pai exigia dele o máximo, tendo-o obrigado a fazer um desenho de máquinas que nessa época só se podia fazer à tinta da china e por profissionais.
depois de meu irmão ter estado todo o dia a tentar fazer o seu melhor, e todo vaidoso o ir mostrar a meu pai, ficou horrorizado ao ouvi-lo dizer que aquilo estava “uma porcaria”… meu irmão agarrou o desenho e rasgou-o em mil bocados, pondo-se em fuga, sem que ninguém tivesse dado por isso, menos eu, para cima duma árvore das muitas que rodeavam a casa dos ginetes, na ilha de s. miguel, e ali permaneceu algumas horas, até que foi descoberto e avisado meu pai, do perigo em que ele estava…
ainda não sei se aquela escolha do nome mar, teria tido ou não alguma influência na sua vida, mas já nessa altura ele sabia nadar e sempre viveu até à sua brutal morte em angola, junto do mar. esta procura incessante da água do mar, fez dele um exímio caçador subaquático, tanto em s. miguel, como na ilha da madeira, no continente e em angola, exercício que lhe proporcionou uma tremenda capacidade pulmonar, dado que a pesca submarina assim o exigia.
meu irmão foi sempre um apaixonado pelo extremamente pequeno ao extremamente grande, desde as análises microscópicas feitas com um microscópio por ele construído, ao exame dos corpos celestes, também com um enorme óculo astronómico por ele construído quando em angola, no seu observatório astronómico da mulemba.
o seu enorme entusiasmo pelas ciências, levou-o a colaborar intensamente com a nasa, tendo sido convidado a entrevistar astronautas, nos eua. e muitos observatórios à volta do mundo. ele, com os seus faiscantes olhos verdes, sempre procurou atingir o máximo da perfeição em tudo quanto se metia a fazer e exibia as suas habilidades ao tiro de precisão, à pintura, na electrónica, na radioastronomia, na oficina, na fotografia, na aviação, na musica…etc.
a sua imponente vivacidade e entusiasmo por aprender, acompanhou-o desde muito criança, quando se atirou dum altura de 10 metros, agarrado a um guarda-chuva, para cima dum monte de palha. com 12 anos já havia aprendido o código morse e viria a tornar-se um furioso trabalhador das comunicações via rádio em comunicações de longa distância à volta do mundo, usando a sua estação de rádio amador, com indicativos ct1ux e cr6ch.
toda a sua vida foi acompanhada de episódios de coragem e tenacidade por responder a muitos problemas que outros não tinham conseguido resolver.
ele sempre queria ficar por cima, doesse a quem doesse, o que lhe veio a acarretar certos dissabores na vida social.
ele sempre usou a sua habilidade para procurar uma vida mais digna e fez a sua vida militar em tavira, a desenhar em pormenor, as peças de imensas armas de fogo, facto por que foi muito admirado pelos seus superiores e o libertou dos violentos exercícios militares.
quando tinha 14 anos e ingressou nos escuteiros na ilha da madeira, onde já ensinava o código morse, a construção de aviominiatura, a caça, o desenho e a pintura, as radiocomunicações, um dia foi destacado para guarda de honra à última visita àquela ilha, de baden powell, o fundador do escutismo mundial, e nesse mesmo dia, abandonou desesperado, o escutismo…
ele só fazia o que lhe dava gosto, pelo que ficou muito conhecido em angola, pelos imensos programas radiofónicos em que ele colaborava em directo, do seu observatório, pelo telefone.
em 9 de julho de 1976, corre a brutal notícia de que ele havia sido assassinado à facada, no seu observatório, na mulemba, em angola, por um grupo de negros.
desde essa já remota data, amigo como eu era dele, extasiado pelo seu hipnotizador e verde olhar, vivo a recordar as centenas de histórias que com ele passei durante os primeiros anos da nossa juventude, com a certeza de que ele foi mais um “que da lei da morte se libertou” como teria dito camões.
mário portugal leça faria, ct1dt
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Autor do tópico - Membro Silver
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caro orbis...
quando critico a forma de ensinar é porque conheço é porque conheço alguns ( não todos os professores ) e verifico aqueles que se limitam ao "minimum minorum" da obrigação de ensinar, ficando-se por aí, sem o entusiasmo de acrescer mais valias e de passar o que sabe com a acessibilidade quequerida pelo instruendo. no ensino superior então é ( na maioria das vezes) o caos: "...se entendeste, tudo bem... se não entendeste, tivesse entendido..."!!! incapazes de atender dificuldades, de "limar arestas", de indicar caminhos para...
exemplificando:
se eu tivesse como professor de história alguém como hermano saraiva garantidamente teria absorvido um melhor conhecimento da matéria.
quem não é contagido com o entusiasmo científico e abrangente do prof. carvalho rodrigues?
pessoas que sabem; que sempre querem saber mais; que querem e sabem passar objectivamente conhecimento tendo prazer nisto!
algumas pessoas que conheço não sendo titulares de diplomas mereciam ser promovidos a professores pelas qualidades reais que possuem.
resumindo:
saber ensinar não se adquire, é essencialmente um dom nato!
tal como a musica que sei apreciar. por mais que tentasse, acho que jamais teria o dom de executar da mesma forma que alguns músicos que não distinguem nomes de notas...
quando critico a forma de ensinar é porque conheço é porque conheço alguns ( não todos os professores ) e verifico aqueles que se limitam ao "minimum minorum" da obrigação de ensinar, ficando-se por aí, sem o entusiasmo de acrescer mais valias e de passar o que sabe com a acessibilidade quequerida pelo instruendo. no ensino superior então é ( na maioria das vezes) o caos: "...se entendeste, tudo bem... se não entendeste, tivesse entendido..."!!! incapazes de atender dificuldades, de "limar arestas", de indicar caminhos para...
exemplificando:
se eu tivesse como professor de história alguém como hermano saraiva garantidamente teria absorvido um melhor conhecimento da matéria.
quem não é contagido com o entusiasmo científico e abrangente do prof. carvalho rodrigues?
pessoas que sabem; que sempre querem saber mais; que querem e sabem passar objectivamente conhecimento tendo prazer nisto!
algumas pessoas que conheço não sendo titulares de diplomas mereciam ser promovidos a professores pelas qualidades reais que possuem.
resumindo:
saber ensinar não se adquire, é essencialmente um dom nato!
tal como a musica que sei apreciar. por mais que tentasse, acho que jamais teria o dom de executar da mesma forma que alguns músicos que não distinguem nomes de notas...
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Autor do tópico - Membro Silver
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