Eu não tenho tempo por ser estudante de engenharia...
A matemática que no meio académico se mete pelo meio de tudo dá cabo de mim...
Os técnicos devem levar 15€/hora com eu levo nos trabalhos de reparação que faço para fora. (Exceto reinstalação de Sistemas Operativos em computadores, que demoram muitas horas, mas com muitos tempos mortos que vou aproveitando para outras coisas).
O mecânico daqui da freguesia já leva esse preço, por isso, não sei.
Neste momento sou trabalhador estudante e tenho que recusar trabalho.
Infelizmente não sei porquê, não tenho sorte nenhuma, quando estou em época de exames vêm-me para casa com 4 e 5 aparelhos por semana para reparar e no resto do ano passa às vezes um mês inteiro sem aparecer ninguém.
E tem sido assim todos os anos. Já viram a má sorte?
E quando acabar o curso, um engenheiro por conta de outrém agora ganha 700€ como o técnico...
Seguindo com o meu negócio, para ganhar mais que isso depois de pagar os impostos tenho que trabalhar bem mais que 8 horas diárias, fora o risco de passar temporadas sem clientes mas ter que pagar segurança social na mesma, já que esta é por escalões fixos e não por percentagem dos rendimentos obtidos em cada mês como o IRS ou IVA.
Se não ganhar nada não pago IRS nem IVA, mas segurança social tenho que pagar na mesma como se estivesse a auferir rendimentos.
Enquanto uns (os senhores que já estão instalados) vêm para a televisão indignados por lhes cortarem indemnizações por despedimento, outros trabalham a recibos verdes, ou como a minha namorada, que anda a dar aulas a recibos verdes e quando ficar colocada será com contratos de 11 meses, renovados todos os anos por concurso para não terem que pagar já nem se fala no subsídio de férias, é nem pagar o 12º mês de salário!
Enquanto uns se indignam que lhes vão subir a renda de 30€ pelo T2, os do apartamento ao lado por terem 30 anos em vez de 60, têm que pagar 300€ or apartamento igual.
Temos 2 países: o das pessoas dos "direitos adquiridos" e o dos outros, que têm que pagar mais e receber menos, para compensar o que os dos direitos adquiridos não pagam ou auferem a mais.